domingo, 8 de novembro de 2009

sozinhos.com ou acompanhados.sem

Esta semana, ouvi de dois amigos, em dias diferentes, desabafos que considerei interessantes. Um, solteiro, mais jovem que eu, confessava que sua solteirice estava o deixando cansado. Ele reconhecia as vantagens de ser só, como por exemplo, não ter mulher lhe regulando a vida, ter o direito a largar a toalha molhada na cama, molhar a pia, poder variar o cardápio etc. Mas - disse ele - às vezes essa galinhagem cansa. “Este será o sétimo Natal e Réveillon seguidos que passarei sozinho”, lamentou. “Pegação o ano inteiro é bom, mas é duro não ter a quem beijar ou abraçar na chegada do novo ano.”, pranteou meu carente amigo.

Outro, casado há cinco anos, choramingava as agruras (“pranteou” e “agruras”? Eu escrevi isso mesmo?) da vida a dois. Ele me revelava a intenção de se separar da mulher com quem - disse ele - é impossível dialogar. “Mulher cansa!”, sentenciou. “Mulher é teimosa, chata, criadora de caso e, principalmente, ingrata”, asseverou meu oprimido amigo.

Não tenho vocação para ser psicólogo, embora já tenha recebido elogios por ser alguém que “sabe ouvir”. Talvez seja essa a razão que tenha feito meus dois amigos compartilharem seus problemas comigo. Eu os ouvi, claro, mas não pude ajudá-los de outra forma. Em se tratando de relacionamento a dois, sou tão entendido no assunto quanto a Vanusa é em relação à letra do Hino Nacional.

Mas, de alguma forma, penso que devemos parar com essa mania de considerar a vida que não temos como a melhor. A insatisfação é natural e funciona até como combustível para que ajamos e mudemos o que nos incomoda. Contudo, é fundamental aproveitar as vantagens da situação que vivemos, usufruir bastante o que está a nosso alcance, curtir o que é inerente à fase na qual nos encontramos. A vida de solteiro e a vida a dois são igualmente boas e ruins, embora eu prefira a segunda.

Trocar um churrasco com os amigos por um passeio no parquinho com as crianças pode ser uma boa se entendermos que aquele momento foi separado para aquela atividade. Deixar de ver um jogo na TV para acompanhar a namorada num jantar na casa de um parente dela pode ser interessante se... se... é... ah... peraí...peraí... hipocrisia tem limite!

"Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu"

3 comentários:

  1. "A vida de solteiro e a vida a dois são igualmente boas e ruins, embora eu prefira a segunda."

    Concordo contigo!

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  2. KKKKKKK...
    Qual o problema em jantar na casa dos parentes da namorada? Luz, você é uma figuraça!

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