sexta-feira, 20 de maio de 2011

Negócio é a negação do ócio

Se o tempo hoje vai depressa, não está em minhas mãos

Cada segundo me interessa, me resolvendo ou não

Quero uma fermata que possa fazer agora

O tempo me obedecer

E só então eu deixo os medos e as armas pra trás

Esse é um trecho da excelente música “Temporal”, gravada por Pitty em seu primeiro CD. Quando os dias parecem ter uma duração menor do que gostaríamos (ou precisaríamos), eu me lembro dessa canção. Quando percebo que há pouco tempo eu era um moleque e hoje já passei dos #&%#nta, essa letra me vem à cabeça.

Tônia Carrero já disse que a velhice é uma droga, mas a outra solução é pior. Mas, sem querer fazer desse post uma coletânea de citações, prefiro aquela que diz “Não paramos de brincar porque envelhecemos; envelhecemos porque paramos de brincar!”.

Recentemente tenho brincado pouco. Desde março, entrei numa sequência de aulas que tomaram praticamente todo o meu tempo. Mas quem disse que eu tenho o direito de não ter tempo? Os amigos cobram presença, as filhas reclamam atenção, o corpo nos acusa de relaxados, os filmes saem de cartaz, as peças também, os papéis ficam bagunçados, o cabelo despenteado (ok, isso é normal comigo). E, nos poucos intervalos, temos que twittar, facebookar, msnear... menos mal que já foi para o espaço a mania de orkutar.

Esse ritmo frenético acaba tirando a graça de muita coisa. Parece que existe um acusador de plantão para nos reprimir quando rola aquele cochilo depois do almoço, quando ficamos como Carolina vendo a vida na janela, quando paramos em frente à TV para ver bobagens (redundância, sorry). Mas sem esses momentos “não estou produzindo”, a vida é muito chata.

Trabalhar e produzir! Ótimo, sem dúvida. Não fazer nada! Ótimo também. Como dizem os orientais (prometo que é a última citação), o caminho do meio é sempre melhor. O problema é que ninguém disse isso para as contas que não param de chegar!


quinta-feira, 10 de março de 2011

Tira o pé do chão!

E o produtor musical, reunido com o grupo, diz:

- Temos que reformular. Vou fazer algumas mudanças na banda.

- Que tipo de mudança? - questionou o tecladista.

- Geral! Mas vamos por partes. Inicialmente, vamos mudar a letra da última composição. Eliminaremos a primeira estrofe. Ela não é necessária!

- Mas sem ela a letra não fará sentido - advertiu o vocalista, compositor da canção em questão. Além disso, demorei à beça para inserir esse paradoxo aí dos primeiros versos.

- Paradoxo? Você acha que alguém vai perceber paradoxos? Não é necessário. Vamos tirar também o último verso da segunda estrofe.

- O quê?!? - espantou-se o baterista. Não dá, a palavra “amor” no segundo verso vai rimar com o quê?

- Basta inserir umas vogais soltas: “i-lei-ô”, “ôô”... pronto, rimou. No refrão vamos tirar as duas últimas partes e substituí-las por “i-lei-á” “aa”. Fica bem melhor! Reparei também que as concordâncias estão corretas. Assim não dá! Sem erro de concordância é inaceitável!

Outra coisa: vamos suprimir o solo da guitarra. Não é necessário!

- Mas sem o s...

- Ninguém quer saber disso. Não é necessário.

- Mas a música vai ficar muito curta com esses cortes – argumentaram todos.

- A gente repete as estrofes duas vezes cada uma e o refrão ad infinitum. Ah, vamos trocar as backing vocals também.

- Por quê?!? - irritou-se o vocalista, que muito apreciava as meninas.

- Elas não têm o perfil.

- Como não? Uma é formada em canto lírico, a outra tem anos de experiência em corais gospel do Harlem.

- E alguém percebe isso? Não é necessário! Elas não têm o perfil. Vamos colocar duas meninas que eu vi numa academia aqui perto. São bombadas, coxas grossas, peitos e bundas abundantes. Já decidi.

- Mas elas cantam? - reagiu o baterista.

- Não é necessário! O play-back existe pra isso. Importante é que rebolem, desçam até o chão.

- Mas quem conhece nosso trabalho não vai gostar - protestou o baixista.

- Todo mundo gosta. Até porque se disser que não gosta, fica queimado na foto. É tachado de preconceituoso, chato, velho ou esclerosado. Não pega bem discriminar o trabalho dos outros.

- Mas as pessoas têm o direito de não gostar! - insistiu inconformado.

- Não têm! Principalmente se a gente conseguir elogios de algumas celebridades. Já planejei tudo. Primeiro, vamos dizer que vocês passaram fome na infância. Moravam na favela e superaram as dificuldades de forma honesta. Aliás, você meu caro tecladista, por ser neg..., quer dizer, afrodescendente, não pode continuar com esse cabelo natural. Ou passa máquina zero ou pinta de amarelo meio branco.

- O que o meu cabelo tem a ver com a banda?

- Tudo! A aparência é tudo! Ah, e pelo menos dois de vocês têm que exibir uma tatuagem. E todos irão frequentar academia e aulas de dança.

Em silêncio e estupefatos, os músicos tentavam assimilar as informações quando o produtor finalizou:

- Depois, vamos participar do programa da Regina Casé, fundamental para que as pessoas tenham receio de falar mal do grupo. Além disso, vamos regravar um sucesso do Roberto Carlos ou do Chico Buarque e vamos participar do carnaval de Salvador. E, por último, vamos convidar a Ivete Sangalo para uma participação especial no nosso DVD. Tudo isso é necessário!

Taí mais do que ninguém um exemplo tanto no pessoal quanto no profissional!

quinta-feira, 3 de março de 2011

G.R.E.S. Unidos da Ignorância

Poucas sensações são tão desagradáveis quanto a de ficar sem saber o que dizer numa roda. O assunto flui, as pessoas expõem suas teses e nós ali, parecendo um enfeite, sem o que falar. Quando o nosso silêncio é fruto de uma simples vontade de não emitir opinião, tudo bem; mas quando a falta de manifestação é consequência do fato de ignorarmos o tema em questão, a vontade de ir embora parece não ter fim!

No carnaval, eu me sinto um ignorante. Quando vejo os desfiles das escolas de samba, não consigo enxergar um milésimo daquilo que os especialistas comentam na transmissão.

O espetáculo é bonito. Muito! Mas – vejam o tamanho da minha ignorância – não percebo muita diferença entre um desfile e outro. Eu admiro os jurados. Como são inteligentes! A ponto de conceder, por exemplo, uma nota 9,25 no quesito alegoria. Ah se eu soubesse o que representa falhar 0,75 na alegoria de um desfile! Alguém poderia me ajudar? O mais difícil para mim é o samba enredo. Na boa? Com raríssimas exceções, são todos iguais ou eu sou muito burro.

Quase todos falam de crença, história, natureza, colonização... E tome letra com “Iemanjá”, “Mãe África”, “Ziriguidum”, “Iansã”, “Sol”. “Estrela-Guia”, e – principalmente – “liberdade”. Letra de samba enredo sem a palavra “liberdade” é igual a deputado honesto: a gente nunca sabe se existe. Isso sem falar no nome da música. Parece que é proibido nome curto. Vem aí a escola favorita com o samba “Se o sol não nascer e Tupã não morrer, meu amor vai brilhar na magia celeste que vai encantar”!

Além da letra, tem o arranjo. Eu tento, mas é difícil: qual a diferença entre a levada do samba da Porto da Pedra em 2002 e a da Vila Isabel em 2006? Ou entre a Imperatriz de 98 e a Portela de 2003? Rola uma quase certeza de que se trocarem os sambas, ninguém vai notar. Por exemplo: desfile da Mocidade, todos prontos para o início. Problemas no som. O tempo passa. Os integrantes da bateria passam mal. Ah, põe o samba enredo do ano retrasado em “pleibeque” e fica tudo certo...

Como dói a ignorância!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Fenomenal!

Acabou a carreira do Ronaldo! Como tudo que é bom, acabou! Acabou de repente! Depois de muitas lutas contra o corpo, que não resistiu a algumas operações e alguns excessos, acabou! Acabou a carreira do maior artilheiro de todas as Copas! Acabou a carreira de alguém que sempre tratou a bola como ela merece! Acabou de acabar!

Creio que craque é um jogador diferenciado! Aquele que faz o que nenhum outro faz! Ronaldo fez! Gols incríveis, jogadas lindas! E, sem dúvida, vai deixar saudades na vida dos apaixonados pelo bom futebol! Ronaldo, além de craque, foi exemplar sobretudo pela lição de superação que deu ao disputar a e brilhar na Copa de 2002.

Por tudo isso, acho que merecia ser tratado de outra forma. Parte da imprensa – os abutres – prefere pôr em evidência fatos que de forma alguma deveriam ofuscar a fenomenal carreira desse atleta único. A esses pseudojornalistas só cabe o desprezo!

Ao Ronaldo não haverá homenagem que baste! De carne e osso, evidentemente, cometeu erros. E continuará cometendo! Mas que valorizemos o que fez de bom (coisa à beça!) e reconheçamos o fato de que não mediu esforços para jogar a última Copa que conquistamos.

Todos perdem! O futebol alegre e bem jogado, infelizmente cada vez mais repleto de jogadores truculentos sem o menor talento; o torcedor apaixonado, apreciador dos gênios; os clubes, os anunciantes, a imprensa... Todos perdem!

A bola, a partir de hoje, vai ficar mais murcha!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Pedra e Vidraça

Em meados do ano passado, almocei com um amigo, que é professor de Direito Previdenciário. Ele me falava, em tom de protesto, sobre o absurdo que é nosso sistema de aposentadoria. Discorreu sobre o assunto usando bastantes termos específicos, o que não me impediu de entender que, no Brasil, pouquíssimos gozam de uma aposentadoria nababesca enquanto muitos recebem uns caraminguás depois vários anos trabalhados e boa parte do salário descontada. Foram marcantes na nossa almeitiga (dicionário!) tanto a ilogicidade do sistema de aposentadoria brasileiro quanto a veemência com a qual meu amigo se manifestou, discordando de toda a engrenagem que envolve a estrutura previdenciária.

Pois muito bem. Esta semana, voltamos a almoçar. E ele me disse que, desde outubro passado está saindo com alguém. Sendo mais específico: ele está saindo com uma mulher rica, moradora do Leblon... e beneficiada pelo sistema que ele tanto critica. Criticava! Não sei os detalhes, mas parece que ela é filha ou ex-esposa de militar, sei lá, o que sei é que ela recebe, sem esforço algum, algo na casa dos R$ 8.000,00 mensais. Meu amigo não paga a conta quando os dois saem juntos. E, em momento algum do nosso encontro, repetiu o tom do penúltimo almoço. Por que será?

Carlos foi meu colega de faculdade. Nos anos 90, chegou a se candidatar a vereador por São Gonçalo. Recebeu uns 100 votos. Lembro-me que ele dizia que iria lutar pela implantação de uma linha das barcas ligando a Praça XV a São Gonçalo. Os moradores dessa cidade poderiam chegar mais rápido às suas casas se não precisassem passar por Niterói.

Pois muito bem. Reencontrei o Carlos. Ele é proprietário de uma loja num shopping que fica entre a estação das barcas, em Niterói, e o terminal rodoviário utilizado pelos passageiros que moram em São Gonçalo. Perguntei a ele se seria uma boa uma linha direta da Praça XV até São Gonçalo. Ele disse: “Deus me livre, isola, toc, toc, toc.!” Por que será?

Sempre fui contra a carteirinha falsa de estudantes. Já disse aqui nesse blog, várias vezes, que fui alvo de piadas ao recusar fazer uma carteirinha para mim. Em todos os locais onde trabalho, alunos e professores fazem, sem qualquer dificuldade, o documento que lhes garante 50% de desconto nos cinemas, teatros e afins. Mês passado, a coordenadora de um dos cursos em que leciono me pediu uma foto 3x4, alegando que serviria para “atualização de cadastro”. Entreguei a foto a ela. Esta semana, ela me deu uma carteirinha de estudante. Na frente de todos os funcionários. E disse: “Quero ver você jogar fora. Vai continuar pagando inteira?” Provocação! Como quem quisesse testar minha integridade moral. Pensei em fazer um discurso moralista; desisti. Cogitei esfregar a carteirinha “na cara dela”; recuei. Aventei a possibilidade de, em silêncio, destruir o documento; desencorajei.

Pois muito bem. Não usei a carteirinha! Mas não a joguei fora. Por que será?

sábado, 8 de janeiro de 2011

É fato ou é foto?


Já falei sobre o uso de Photoshop em outro post - eis o link:http://seilatipoassim.blogspot.com/2010_02_01_archive.html. Volto ao assunto porque na manhã ensolarada de hoje, o papo preferido da galera que tuíta foi o comercial das Havaianas estrelado por Fernanda Vasconcelos. Foi descuido ou jogada de marketing o caso de a atriz aparecer sem umbigo?http://extra.globo.com/retratos-da-vida/fernanda-vasconcellos-aparece-sem-umbigo-em-comercial-819569.html. No twitter, houve vários comentários debochados, mas achei mais interessantes os protestos.

Parece que, de certa forma, funcionou como um consolo para boa parte do público feminino. É como se elas se sentissem vingadas. O homem que acredita no que vê na TV ou na Playboy é um trouxa. Aquelas beldades não são tão bonitas assim. As celulites, as gordurinhas, as estrias, as varizes... tudo é apagado, e uma mulher imperfeita (normal) passa a ser perfeita, com curvas acentuadas, pele bronzeada e flacidezes (adorei esse plural) eliminadas.

Além disso, para as desprovidas de atributos, é possível alegar que a culpa é da ausência de photoshop. Quando um homem admira a beleza da celebridade na novela, a mulher pode se defender, dizendo: "Com a produção que ela tem, até eu!". Já imaginaram? O marido comenta com sua mulher: "Amor, acho que você está engordando". Ela replica: "Pague um photoshop pra mim que suas suspeitas não se confirmarão."

Sei não, mas passa pela minha cabeça a hipótese de num futuro próximo não haver mais mulheres originais, assim como os cds, os dvds, os softwares e as carteirinhas de estudante. Taí a Ângela Bismarck para não me deixar mentir.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O inferno são os outros 2 - A saga continua

Pense num cão latindo. Não, assim não! Mais alto e mais forte! Pense num cão desesperado. Feroz! Latindo. Pensou? Agora, multiplique o som que você imaginou (abstração) por cem! Conseguiu? Concebeu? Pois foi assim que ocorreu no prédio onde moro. De madrugada! A noite toda! Por quê? Simplesmente porque os donos do cachorro – que cachorrada! – viajaram. Enquanto eles se divertem em algum canto, nós fazemos uma vigília por aqui.

Não foi a primeira vez. Os vizinhos já protestaram antes. Como não gosto de confusão, evitei participar da pseudoassembleia que rolou pela manhã. Sei lá o que vai ocorrer com os (ir)responsáveis que deixaram o animal desesperado. Só sei que não foi possível dormir. Moro no 302. O cachorro do vizinho (com duplo sentido), no 401. Apelei para a música (fone estourando os tímpanos). Não resolveu! Liguei a TV. Não adiantou! Tentei ler. Não houve jeito! Estava determinado pelo cosmos que eu deveria ficar acordado.

Na portaria, ouvi o comentário da vizinha do 501:

- Coitado do cachorro!

Perguntei a ela:

- E eu? Você está com pena de mim também?

- Como assim?

- Você está mais triste pelo que aconteceu com o cachorro ou pelo fato de ninguém no prédio ter dormido?

- Meu filho, você já parou para pensar no sofrimento do bichinho?

- Minha filha, você já parou para pensar no sofrimento dos moradores?

- Como assim? (Juro que parecia provocação esse inferno de “como assim”)

Tentei, em vão, fazê-la enxergar o óbvio:

- O animal sofreu, mas os moradores sofreram mais, você não acha?

- Claro que não!

Após essa afirmação surpreendente, ela lançou mão de uma frase marcante. Fiquei estupefato com tanta profundidade. Não tive como estender o diálogo. Resoluta, firme e categórica, a vizinha defensora dos animais vomitou:

- A dor da angústia da saudade é maior do que a dor de uma noite mal dormida!

Como assim?

sábado, 1 de janeiro de 2011

O inferno são os outros


Já viram as matérias dos jornais nos dias 31 de dezembro e 1º de janeiro? Pessoas sorrindo, desejando paz aos outros, manifestando muita esperança de dias melhores. Bacana isso. Comovente. Há quem se emocione até mesmo com a posse da classe política! Mas não estou nesse clima. Estou mais para Michael Douglas em “Um dia de fúria!”
Um "filósofo de botequim" já disse que “as pessoas só fazem conosco aquilo que permitimos que seja feito”. Balela! Eu, do fundo do coração, gostaria de estudar o que se passa na cabeça de algumas pessoas. Por que fazem determinadas coisas? Se alguém puder me ajudar nessa empreitada, ficarei imensamente agradecido. Para não esticar muito o assunto, vou me ater a duas situações que me intrigam. Ei-las:
1) Deve-se respeitar o credo de todos. Nada de discriminar a religião alheia. Ok! Até aí, tudo certo. Mas, vem cá: seria muito pedir que os devotos de Iemanjá cultivassem sua fé sem emporcalhar as praias? Fico pensando se todas as religiões fizessem o mesmo. No primeiro dia do ano, oferendas a orixá dos rios e mares; num outro dia seria a vez de os católicos derramarem a hóstia no mar, em homenagem Àquele que andou sobre as águas; em seguida, os evangélicos despejariam cálices (ou baldes) de vinho tinto nas águas para simbolizar o sangue derramado na cruz; e depois os espíritas, e depois os hare krishna, e depois os budistas... Seria interessante, não? Seriam cadastradas todas as religiões, e cada uma teria um dia do ano para sujar as praias. Que tal?
2) Você está em casa, confortavelmente instalado na poltrona, lendo apaixonadamente um livro delicioso e, de repente, um sujeito para o carro na esquina, abre o compartimento traseiro, exibe os 475 alto-falantes e liga o som. Alto, é claro! Música ruim, é óbvio! Serão, no mínimo, três horas de inferno. Serão malditos momentos nos quais você vai questionar os benefícios de ter os ouvidos funcionando bem. Serão amaldiçoados e intermináveis minutos de tortura jamais experimentados por qualquer militante preso pelos milicos nos anos de chumbo. Por que isso? Por que esses retardados acham que todos os moradores daquela rua devem curtir aquele som podre? Por que é tachado de chato quem solicita educadamente que os debiloides abaixem o volume? O que se passa na cabeça desses boçais? Cadê o revólver???