terça-feira, 6 de outubro de 2009

O valor da música


O que você aprecia mais numa música? A letra? O arranjo? O ritmo? O gênero? Mas o que caracteriza uma boa letra? A originalidade? A profundidade? O que precisamos encontrar numa letra para ela ser considerada profunda? E o arranjo? É bom ou ruim segundo que critérios?

Na adolescência eu tocava bateria. Era sofrível, mas dava pro gasto, considerando que quem ouvia gostava muito de mim ou não entendia nada de música (talvez as duas coisas). Toquei no casamento do meu irmão, o que prova o quanto ele não levou a sério a cerimônia. Meus julgamentos acerca do que era música boa ou não, quase sempre, eram sustentados no que o baterista fazia. Nem aí pra letra. Se o batera era fera, a música valia a pena.

Mais tarde comecei a considerar outros aspectos. Letras com as quais eu me identificava começaram a ser apreciadas. Depois comecei a admirar as guitarras. Solos de guitarras me conquistavam. Em casa, diferentemente da maioria, eu paro para ouvir música. Ou seja, não ouço enquanto faço alguma coisa; eu paro, ouço e presto atenção a vários detalhes, geralmente recorrendo ao fone para apreciar melhor as melodias, os instrumentos, as vozes. Músicas já várias vezes ouvidas ainda me surpreendem quando percebo uma novidade.

Mas há respostas para as perguntas lá de cima? Por que uns adoram determinados artistas que são odiados por outros? O que a galera vê demais naquela banda que você detesta? O que faz você venerar ou simplesmente apreciar certos profissionais da música? Em época de respeito à pluralidade (pelo menos em tese), revelar desprezo por certos gêneros ou artistas pode não cair bem. Pois eu acho que isso é frescura. Manifestar o que preferimos ou preterimos é bem diferente de ser preconceituoso.

Definir se a música é boa ou não é pra lá de subjetivo. Dependendo do momento em que nos encontramos, o que era bom pode soar péssimo e vice-versa. Se a música faz você se emocionar, aproveite! Se leva à sua memória momentos especiais vividos com alguém, reviva! Se faz seu coração bater num ritmo diferente, curta! Se concede a você inéditas experiências sensoriais, liberte-se! Se mostra o lado bom da vida, celebre! Ouça música com outros olhos! Viva a música!

5 comentários:

  1. Eu normalmente gosto da música pela melodia, o balanço. Depois que presto atenção na letra. rs
    Mas dá gosto de ver vc curtindo um som, viajando, fechando os olhos e prestando atenção a cada detalhe. Eu não entendo mto de música, não sei quando desafina, como funciona cada instrumento, acho isso admirável em vc. Mas uma coisa é certa: aprendi a sentir mais a música depois que te conheci.

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  2. Aí tá o original pra você: http://www.youtube.com/watch?v=kyWaZXk25ZY

    Abração! ;o)

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  3. Música é aquilo que a gente já sabe: algo totalmente subjetivo. Cada um diz o que gosta, desgostamos de coisas que passamos a gostar e vice-versa. Mas é bem latente que o que nos faz gostar mais ou menos de arte - seja qual for sua forma - é a importância que se dá aos seus elementos e o nível de conhecimento da mesma.

    Mas não pode haver espaço pra preconceitos! Eu não o sou. Só não entendo como certos idiotas, boçais, débeis mentais, retardados, sacripantas, doentes, cornos, otários, imbecis, infelizes, nojentos, desajuizados, deputados, canalhas, burros, anormais e sem gosto admiram certos estilos musicais.

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  4. Como uma boa amante do rock que sou, a definição que tenho para a música e o seu valor acaba se confundindo com meu gosto pessoal pelo gênero. Para mim, rock engloba sonoridade, letra, atitude, rebeldia, revolução, emoção, reflexão, enfim, alguns dos componentes que, explícita ou implicitamente, considero como importantes para caracterizar um bom som. A música, representada pelo rock, foi a voz de inúmeros jovens permitindo que se formasse um canal por onde fluissem suas ideias, seus anseios de liberdade, seus ideais políticos, seu inconformismo, sua loucura. Marcou gerações e sempre irá marcar, pois se depender de mim, meus filhos e netos jamais ouvirão essas rádios anêmicas dos dias de hoje para não se contaminarem com essa programação musical descartável e apelativa. E de quebra os salvarei de ouvirem baboseiras de irmãs Rejane. rs. Saudades da extinta Fluminense (a rádio, não o time! rs) e da Rádio Cidade.

    Assim como você, também tenho minha terapia ligada à música. Geralmente, as sessões ocorrem aos finais de semana em alguma pista de festa de rock. Eu e minha guitarrinha imaginária quebrando tudo no momento do solo.

    Aproveito o espaço para deixar registrado que aprecio bastante o seu envolvimento com a música. Suas aulas ficam ainda mais bacanas com a análise de trechos de canções. Nunca irei me esquecer do exemplo dado em sala de aula. "aonde (sic) você mora?" (Cidade Negra) versus "... andar tranquilamente na favela onde nasci, HAM." (Mc Cidinho e Mc Doca). HAHAHAHAHAHA! Passei mal de rir. rsrs

    Beijos e boa semana!

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  5. Como já foi dito aqui, tudo isso é bem subjetivo.

    Da mesma forma que uma música que eu posso muito bem não gostar, mas admitir que a mesma tem sua razão de ser, sua verdade, sei também que existe música descartável.

    Eu mesmo, sou fã de soul music e r&b, mas sei que o hip-hop tem dominado as paradas com um monte de lixo, contaminando assim um estilo que teve seus fundamentos nas vontades de um povo que não queria mais nada além da liberdade.

    E eu sou exatamente como você... Pra mim, música é como filme. Gosto de parar e escutar um álbum ou uma música em todos os seus detalhes. E nada é mais confortante do que a música ter uma conexão direta com meu espírito, e minhas formas de ver a vida.

    Eis aí a graça da música, eis aí a razão pela qual ela pode ser considerada livre, pois se trata da expressão de um indivíduo.

    Viva a música!

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