
Você gosta de fazer listas? “Tipo assim” as dez melhores frases que já ouviu, os dez melhores filmes a que assistiu, as dez melhores novelas que acompanhou etc. O número dez é só uma sugestão. Pode ser uma lista de cinco ou quinze. Se você é chegado, sugiro o livro aí do lado. Impressiona o número de listas (das mais interessantes às mais idiotas, como, por exemplo, “celebridades brasileiras que têm tatuagens”) arroladas (linda palavra!) na publicação.
Mais específico é o livro “10+ do cinema”, no qual o autor, Denerval Ferraro Júnior, apresenta 51 listas relacionadas a filmes, com categorias interessantes como “os dez maiores vilões” (vitória incontestável de Hannibal Lecter). Tem também os dez melhores filmes sobre tribunais e “Doze homens e uma sentença” encabeça a lista. Artur Xexéo, nas três últimas colunas publicadas em O Globo, vem organizando uma lista dos filmes mais tristes, aqueles que nos fazem chorar.
Há bastante tempo na lista dos mais vendidos, o livro que lista os 100 livros mais importantes de todos os tempos também merece uma olhada. É um pouco frustrante perceber que não li nenhum dos dez primeiros. A Bíblia Sagrada - que na verdade é uma reunião de vários livros – aparece em 41° lugar. Desconheço o critério utilizado pelos autores para a classificação apresentada.
Não comprei nenhum desses livros, apenas passeei por suas páginas em algumas visitas às livrarias. Você pode fazer o mesmo. Ou, melhor ainda, você pode fazer as suas próprias listas. Critérios estabelecidos por você, de acordo com sua formação, com seus valores, com sua visão de mundo, permitirão listas interessantes. Veja o filme “Alta Fidelidade”, com John Cusack, e você nunca mais vai encarar uma lista do mesmo jeito. Eu resolvi fazer a minha (uma só, por enquanto). A seguir, apresento os dez melhores filmes que já vi. Essa lista pode mudar amanhã. Concordem ou discordem à vontade, só não me exijam coerência.
1- Amores Brutos – Fiquei grudado na cadeira do cinema (UFF) durante a exibição dos créditos finais. Passei a noite em claro de tão chocado que fiquei. É triste. É forte. É desalentador.
2 – Closer – Uma das melhores atuações da Natalie Portman, na melhor história sobre “sexo verbal” do cinema. Chegar perto demais de quem amamos pode ser o início do fim desse amor.
3- Match Point – Ponto Final – Eu não posso falar do Woody Allen com imparcialidade. Mas esse filme foi apreciado até pelos que não gostam do autor. Além de ter a Scarlett Johansson, o roteiro beira à perfeição. A frase inicial é emblemática: “Eu prefiro ter sorte a ser bom”.
4 – Desconstruindo Harry – Outro dele. Esse eu incluí na lista pela antológica cena em que Allen, descendo o elevador do inferno, vai passando pelos andares destinados aos condenados: o elevador para, e uma voz informa “segundo andar: advogados... terceiro andar: jornalistas...lotado!
5 – Antes da Chuva – Uma aula de narrativa, discutindo, entre outras coisas, a relação entre religião e amor. Genial!
6 – Cinema Paradiso – Talvez, revendo esse filme hoje, ele seja excluído das lista. Mas, pelo impacto que me causou na época, tá dentro.
7 – Fim de Caso – A música de abertura arrepia. E tem a Julianne Moore. Uma história de amor aparentemente simples. Mas as aparências enganam...
8 – Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança – Pela Kate Winslet e pelo roteiro.
9 – Irma La Douce – Como a lista está repleta de dramas, incluí essa comédia para suavizar. E seria injusto não aparecer nenhum filme do genial Billy Wilder. Uma pena que o cinema não nos ofereça mais filmes assim.
10 – Montros S.A. – Fiquei na dúvida se fechava a lista com um filme da Pixar ou um nacional. Depois, a dúvida foi acerca de qual dos espetaculares filmes da Pixar seria o eleito. Como passei vários bons momentos vendo e revendo esse filme com minha filha Luíza, a vaga é dele.