quarta-feira, 26 de maio de 2010

Mesa redonda com ideias quadradas

Daqui a pouco começa a Copa do Mundo na África do Sul. Adoro essa competição. Se não precisasse trabalhar, assistiria a todos os jogos. Aprecio até Honduras x Suíça! Se pudesse, eu me isolaria do mundo e ficava trancado no quarto vendo os jogos, os debates (dialogando com a TV e criticando os críticos) e as reprises dos jogos. Gosto do clima, das imagens, dos estádios lotados, das surpresas que o futebol sempre oferece. O que jamais surpreende são os nossos comentaristas esportivos. Como são previsíveis! Como são óbvios! Como são chatos! Mais chatos que o Dunga!

Nossa seleção pode trazer o Hexa! E, vejam como sou perspicaz, pode não trazer! Para provar que os analistas esportivos, em sua maioria, não acrescentam nada, antecipo aqui os textos que serão publicados na mídia. Caso Dunga e seus volantes tragam o caneco, os textos serão mais ou menos assim:

“O mundo se rende ao futebol brasileiro. Indiscutivelmente, somos o país do futebol. O hexa veio na raça, na garra, na aplicação tática de um time que é a cara do seu treinador. Dunga se iguala a Zagallo e a Beckenbauer (campeões como jogadores e como treinadores), compondo um trio de respeito. Demonstrando personalidade e coerência, nosso técnico não deu ouvidos a apelos insensatos e repetiu a estratégia de Parreira em 94, montando um time de guerreiros. Nossa intransponível zaga, garantida por um meio de campo consistente, provou ao mundo que o futebol brasileiro também sabe se defender. E, na hora de atacar, nosso talento sempre fala mais alto. Valeu, Dunga!”

Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, desconfio de que o resultado não será esse (torço para estar errado). Se nossa seleção fracassar na África, os textos serão mais ou menos assim:

“Por que abrir mão das raízes do nosso futebol? Por que copiar o modelo europeu? Ao recusar talentos como Ganso, Neimar, Ronaldinho Gaúcho e similares, e congestionar nossa seleção de volantes trogloditas, o teimoso e iracundo Dunga minou as possibilidades de conquistarmos o hexa. O que se viu foi um futebol pobre tal qual o modelo de 94. Mas lá havia Romário. Na África, havia jogadores vindo de contusão no ataque e um sem número de cabeças de área. Enquanto seleções como Argentina e Espanha encantavam com um futebol ofensivo, o Brasil decepcionava com um futebol medíocre e enfadonho. Que nos sirva de lição para 2014!”

Preparem-se! Será um festival de asneiras para Bruno nenhum botar defeito! Em caso de eliminação, vão dizer até que Ronaldo Fenômeno tinha que ter sido escalado. Ou Obina!

Uma pesquisa rápida nos textos da crônica esportiva antes e depois da eliminação do Brasil em 82 vai comprovar o que estou dizendo.

3 comentários:

  1. O pior de tudo isso é que apesar de todas as idiotices que são ditas nos debates vcs homens, assistem todos. Ninguém merece!
    Luz, galera tá combinando de ver o jogo na Cobal ou então na casa do Artur. Um dos jogos é no niver da Solange. Se anima aí...

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  2. rsrssrs... concordo com a Mônica, vocês falam mal dos comentaristas mas não desgrudam da tv enquanto rolam esses debates horrorosos...
    Espero você lá no Artur, heim.
    Beijokas!

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