domingo, 12 de setembro de 2010

Você vota neles? Então você os apoia e os aprova!

Valores e opiniões diferentes deveriam servir para aproximar as pessoas, e não afastá-las. Gosto de ouvir quem pensa diferente de mim. Presto atenção às razões empregadas para justificar determinado posicionamento. Concordando ou discordando, procuro sempre aprender com o outro. Por isso, detesto patrulhamento!

Venho sendo execrado (ontem quase apanhei) porque defendo o voto nulo. Como estarei fora do meu "domicílio eleitoral", vou justificar o voto. Mas anularia se estivesse na minha cidade. Por uma razão simples: nenhum dos candidatos merece minha confiança!

Há os que defendem o voto no menos pior. Há os que encontram uma exceção (alguém digno) em meio à regra. Pois eu não tenho a sorte destes nem concordo com aqueles.

Penso assim: suponhamos que eu seja um diretor de uma escola e tenha que contratar um professor de português. Agendo uma entrevista com os candidatos. Um comete erros gramaticais banais durante a conversa; outro demonstra desconhecer procedimentos básicos quanto à organização de uma aula; um terceiro é talentoso, mas - de acordo com informações dos outros colégios onde trabalhou - falta várias vezes ou chega, com frequência, bastante atrasado. Há outro candidato, bom conhecedor da matéria, porém não consegue transmitir satisfatoriamente seu conhecimento. E aí? Eu tenho que escolher o menos pior? Isso significa que minha escola, indiscutivelmente, vai receber um profissional ruim! Alguém que não preenche os requisitos para a função. Não seria melhor que eu rejeitasse tais professores e procurasse outro?

Enquanto prevalecer essa mentalidade de que votar no menos pior é melhor, a classe política não vai melhorar. O que se vê são representantes que não representam o povo; dirigentes que fazem do poder uma ferramenta para quintuplicar seus patrimônios; pessoas sem qualificação e - quem vota sabe disto - sem qualquer compromisso com a ética, a honestidade ou a transparência. Fico espantado quando vejo os índices de aprovação de determinados políticos. É duro constatar que quanto mais enganado, mais o povo gosta! Gostaria que os contrários à anulação do voto me dissessem o que sentem quando entram nos hospitais públicos, o que pensam da qualidade das escolas públicas, o que acham da questão da segurança, do transporte...

Eleger esses candidatos que estão aí é aprová-los! Dar o voto a alguém é dizer: "confio em você."! Tenho certeza de que, se o número de votos nulos fosse significativo, teríamos políticos mais qualificados.

Não adianta fazer pacto com ladrão e depois dar queixa!


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

As 7 promessas capitais

Eu tentei! Aliás, estou tentando. Quando posso, vejo o horário eleitoral gratuito. Queria acreditar em alguém. Queria ouvir algo interessante. Mas o nível dos discursos beira o nonsense. É tudo tão patético! Candidatos toscos, ideias idem! Chega a ser ofensivo. É uma violência contra o bom senso! Às vezes sinto nojo; outras vezes, repulsa! E, confesso, há casos nos quais a gargalhada é inevitável. Na boa, do jeito que a coisa vai, já já pinta na área um candidato assim:

Caro eleitor,

Você me conhece! Por isso, peço o seu voto para lutar por você. Se eleito, prometo honrar sua confiança, cumprindo com absoluta pertinácia, inquestionável afinco e indubitável tenacidade as promessas abaixo:

1 – Prometo extinguir as segundas-feiras;

2 – Prometo proibir o ensino de análise sintática nas escolas;

3 – Prometo Luana Piovani, Paola Oliveira, Camila Pitanga, Fernanda Lima e Priscila Fantin nuas na Playboy;

4 – Prometo que motorista de ônibus bem educado será regra, e não exceção;

5 – Prometo acabar com as duplas sertanejas;

6 – Prometo tornar extremamente salutar comer pizza e beber Coca-Cola;

E, por último, promessa das promessas, promessa-mor:

7 – Prometo que o Flamengo vai rescindir o contrato de Val Baiano!

Isso é que é candidato!