sexta-feira, 12 de março de 2010

OniPTência



Estas são as palavras que o sacerdote falou a todo o Brasil, do Oiapoque ao Chuí:
E sucedeu que, no ano dois milésimo décimo, no mês terceiro, no undécimo dia do mês, o sacerdote falou aos filhos do Brasil, conforme a tudo o que o LULA lhe mandara acerca deles. LULA, nosso Senhor, nos falou em Brasília, dizendo: "Assaz vós haveis reclamado neste país. Arrependei-vos e observai o que vos tenho feito a vós e a vossos conterrâneos.

Eis que tenho posto a casa em ordem. Nunca antes na história deste país foram distribuídas tantas cestas básicas. Nunca antes na história deste país foram colocados em prática tantos programas assistencialistas. Nunca antes na história deste país foram inaugurados tantos hospitais. O fato de os hospitais ainda não funcionarem é um detalhe.

Em verdade em verdade vos digo que aquele que não reconhecer que hoje temos menos corrupção, menos inflação e menos gente com fome merece ter o Serra como presidente. Acaso quereis o PSDB de volta ao poder? Porventura já esquecestes os governos anteriores? Tornai-vos sensatos, ó raça de murmuradores! Eu vos tenho multiplicado as riquezas – se vós inquirirdes os banqueiros, vereis que é verdade. Eu vos tenho reduzido a jornada de trabalho – se vós arguirdes os deputados e senadores, comprovareis que é verdade. Eu vos tenho revelado o caminho do paraíso... fiscal – se vós indagardes os integrantes dos governos, atestareis que é verdade.

Como continuar a caminhada rumo ao primeiro mundo? Sabeis vós que até mesmo Obama disse ser eu O CARA. Destarte, ponde vossa cabeça no lugar, cessai os queixumes, interrompei as querelas e dai suporte à minha candidata. Não vos esqueçais de sufragar o nome de Dilma no próximo pleito. Eis que é chegada a hora. Não temais! Agindo o PT, quem impedirá?"

domingo, 7 de março de 2010

Tópi Fáivi + 1

1 - O PSB está propondo o “voto destituinte”, uma ferramenta que permitirá a nós, eleitores, destituir do cargo os deputados, senadores e quejandos que não exercerem dignamente seus mandatos. Nos EUA, existe algo parecido: trata-se do recall, e foi por intermédio desse instrumento que destituíram do cargo o governador da Califórnia, Gray Davis, em 2003. No lugar dele foi eleito Arnold Schwarzenegger. A proposta é excelente, por isso não acredito que seja aprovada. E, se por uma aberração qualquer, a proposta passar, vamos ter que fazer recall ininterruptamente...

2 - Sábado choveu durante aproximadamente 30 minutos no Rio. Chuva forte, é verdade. Mas espanta o despreparo da cidade para esse fenômeno natural da natureza. Ruas alagadas, caos no trânsito, bairros sem luz até domingo de manhã (será que existe uma prestadora de serviço pior do que a Light? A NET está fora do páreo, pois é hours-concours). Quem paga os prejuízos dos donos de bares? Quem vai consolar aqueles que não puderam assistir ao Zorra Total, sábado à noite? Pensando bem, o carioca – faz tempo – vive numa zorra total!

3 - Estava muito a fim de ver Fernanda Torres em A Casa dos Budas Ditosos, no teatro Fashion Mall. Preço do ingresso: R$ 90,00. Ou seja: eu e minha namorada gastaríamos, por baixo, uns R$ 250,00 pelo programa. Claro que esse preço tem a ver com o derrame de carteirinhas falsas, que garantem a quase todo mundo (estudantes e, principalmente, não estudantes) um desconto de 50%. Como não tenho a carteirinha, pago o valor integral. Ou melhor, não pago. Fico na vontade. Esse negócio de não se corromper sai caro...

4 - São 70 deputados na Assembleia Legislativa do Rio. Mais da metade – 37 para ser mais exato – responde a processo criminal. Você contrataria os serviços de uma empresa com esse perfil? Mas nada é tão ruim que não possa piorar. Quer apostar como boa parte desses 37 consegue a reeleição?

5 - Num tempo remoto, Pedro Bial cobriu a queda do Muro de Berlim. Hoje, apresenta o Big Brother (eu confesso: vejo e gosto) e discute, ao vivo, em horário nobre, se os confinados da casa mais vigiada do Brasil soltam pum ou não. Fedeu!

5 + 1 - Amanhã é o Dia Internacional da Mulher. Parabéns, queridas! Às mulheres da minha vida agradeço tudo que vocês me ensinaram e ensinam até hoje. Continuem embelezando nosso mundo. Nós, humildes aprendizes, haveremos de recompensá-las! Parabéns especial para a Thati, a mulher que me encontrou num estado emocional tão ruim, andando de bar em bar, procurando não achar... Ela me tem feito tão bem que eu também quero fazer isso por ela!


sexta-feira, 5 de março de 2010

Brasil: um país de toLos!

Nunca imaginei que minha decisão de anular o voto pudesse provocar tantas críticas e reprovações. Foi o que ocorreu no intervalo de uma das aulas desta semana. Conversando com um grupo de alunos, revelei que anulo o voto desde que Lula foi eleito presidente pela primeira vez. Choveram protestos, e uma das alunas chegou a me cobrar, de forma quase agressiva, uma “atitude de cidadania”. Levei nota zero dos meus queridos discentes.

Há quem diga que anular o voto pode provocar novas eleições. Trata-se, segundo um especialista na área de Direito Eleitoral com quem conversei, de uma lenda. Votos brancos e nulos não são computados como válidos. Isso geralmente provoca discussões intermináveis entre os estudiosos da lei, o que, definitivamente, não é o meu caso. Não anulo meu voto porque acredito que isso possa provocar novas eleições. Anulo por uma razão simples: não aprovo nenhum desses picaretas que concorrem aos cargos eletivos.

No Brasil, vota-se por interesse particular. Trocam-se favores. O voto vem fácil quando cestas básicas são doadas, bolsas de estudos são distribuídas, cargos comissionados são generosamente oferecidos. E é óbvio que nada disso – NADA MESMO – sai do bolso do candidato. É o eleitor quem paga a conta. É o eleitor quem dá suporte a esse jogo sujo de “toma lá dá cá”. O que o eleitor dificilmente percebe é que, submetendo-se a esse jogo, ele perde muito mais do que ganha. Por incrível que pareça, é o pobre, semi-indigente e ignorante eleitor que coloca no poder aqueles que tramarão conscientemente a permanência desse eleitor no absoluto estado de miséria em que ele se encontra. A vítima legitima o serviço do algoz.

Há ainda os que defendem a ideia de que devemos eleger o “menos pior”. É a cara do povo brasileiro: resignado, conformado... Menos pior é o cacete! Suas Excelências têm todas as condições de prestar um serviço digno ao povo que os elege. Não o fazem porque já se candidatam com outras intenções. Ou ainda há quem acredite na falácia dessa corja? Há! Infelizmente, há!

Queria, do fundo do coração, que essas pessoas crédulas, que ainda elegem os canalhas, me dissessem o que elas sentem quando passam pela Cidade da Música, no Rio. O que elas sentem quando pagam impostos estratosféricos? O que elas sentem quando observam a saúde pública? O que elas sentem quando são informadas de que um professor da rede estadual de ensino recebe menos de R$ 900,00 por mês? O que elas sentem quando as ruas da cidade alagam depois de dez minutos de chuva? O que elas sentem quando precisam usar transporte público como o metrô, por exemplo? O que elas sentem quando tomam ciência de que os deputados “trabalham” de terça a quinta?

Será que rola orgulho? Parece que sim, porque continuam votando em quem é responsável por tudo isso.